Eu teria feito o mesmo!

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Yakiri Rubí Rubio Aupart é mexicana de origem indígena. Tem 20 anos. É lésbica. Vive na capital de seu País. Na noite de 9 de dezembro de 2013, enquanto andava na rua, Yakiri foi abordada por dois homens que a ofereceram carona. Ela não aceitou, mesmo assim os irmãos Luis Omar e Miguel Ángel Ramírez Anaya a sequestraram e a levaram para o hotel Alcazar. Miguel ficou sozinho com Yakiri, bateu nela, a torturou e estuprou por horas.

Na luta pela vida, Yakiri conseguiu se desvencilhar do agressor e, com a faca que era usada por ele para ameaçá-la, lhe acertou e conseguiu fugir.

Miguel morreu. Yakiri foi à delegacia dar queixa da agressão. Chegando lá se deparou com o outro agressor que a acusou de assassinato.

O delegado não lhe deu chance de defesa, não determinou o exame de corpo delito, e prendeu Yakiri que ficou 86 dias detida no Centro Feminino de Readaptação Social de Tepepan, localizado no sul da cidade.

Enquanto estava detida, polícia, justiça e mídia se empenharam em ‘provar’ que Yakiri era, na verdade, namorada de Miguel, como se isso atenuasse o sequestro. Até 2000, casos de estupro acontecidos dentro de um casamento não eram considerados crime no México. O patriarcado mais uma vez coloca a mulher na posição de propriedade do homem.

A justiça estipulou uma fiança de 30 mil dólares para que Yakiri aguardasse o julgamento em liberdade. Ativistas e artistas mexicanos se mobilizaram para arrecadar o dinheiro.

Yakiri foi solta, será julgada por “excesso de legítima defesa”. Se for considerada culpada poderá pegar até 10 anos de prisão.

Agora, ativistas de todo o mundo se empenham para contestar e retirar a acusação contra a Yakiri.

Diariamente mulheres de todas as idades, classes, etnias, religiões, etc, são violentadas sob pretextos misóginos com o aval dos Estados. Yakiri está sendo condenada por reagir à violência e junto com ela, todas também estamos.

Autodefesa também é um direito das mulheres!