BRICs sem direitos não é desenvolvimento

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Católicas pelo Direto de Decidir juntamente com o conjunto dos movimentos sociais denuncia as arbitrariedades dos grandes eventos políticos e reafirma seu compromisso com a defesa rigorosa de uma sociedade justa, livre, democrática, igualitária e de um Estado Laico como caminho para o desenvolvimento de qualquer nação e do mundo.

Fortaleza acolhe o agrupamento econômico dos cinco países emergentes (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), na VI Cúpula dos BRICS. Juntos detém mais de 25% do PIB mundial. Neles estão 42% da população do planeta, quase metade da força de trabalho do mundo e o maior poder de consumo universal, além da riqueza de matérias primas a serem exploradas. Chefes de Estado desses países, dentre os quais apenas uma mulher e um público de três mil pessoas são aguardadas para este evento que acontecerá em reunião fechada. Jornalistas, empresários e membros das delegações dos cinco países e os organizadores da Cúpula devem somar três mil pessoas. O principal propósito é assinar o Tratado Constitutivo do Arranjo Contingente de Reservas que institucionará um fundo de US$ 100 bilhões para criar o Banco de Desenvolvimento BRICS. O Brasil entrará nesse acordo com US$ 18 bilhões. Tudo para impulsionar essas economias e ampliar o mercado de consumo tornando comerciável o que não se compra com dinheiro, nem se negocia, como a vida, os direitos humanos e a dignidade de um povo!

Nada de novo no modelo político da democracia representativa dos BRICS, que exclui a sociedade civil do debate e das decisões sobre desenvolvimento econômico. Repete-se a hipocrisia do discurso governamental ao falar de desenvolvimento sustentável, redução da pobreza e políticas públicas, quando na verdade tudo resultará em maior concentração de riquezas e de poder nas mãos de uma elite capitalista, patriarcal, fundamentalista, racista e homofóbica.

Para nós mulheres que compomos o maior contingente de pobres no mundo, que somos as maiores vítimas da violência doméstica, que temos nossos direitos reprodutivos determinados por setores fundamentalistas, aliados aos segmentos mais reacionários dos governos e da sociedade, que temos sido excluídas do desenvolvimento educacional, econômico, científico e humano pela cor da nossa pele, que representamos a maior força de trabalho explorado e escravo do mundo, que sofremos todas as formas de interdição política nos espaços decisórios, que historicamente temos sofrido com a violação dos nossos corpos para satisfazer instintos sexuais machistas, homofóbicos e criminosos estamos nos rebelando contra a estrutura e lógica do agrupamento BRICS!

Vindas de vários cantos do Brasil e do mundo estamos nas ruas para dizer que o desenvolvimento de uma nação e do mundo só podem ser legítimos se contar com a participação da sociedade, se tiver como finalidade verdadeira, a defensa incondicional da dignidade humana, do respeito à diversidade étnica e cultural dos povos e comunidades tradicionais, da liberdade e soberania das mulheres sobre sua vida e seus corpos, a sustentabilidade do planeta calcada na agroecologia e nos princípios do bem viver, o respeito ao Estado Laico, a reforma agrária, a justiça social, liberdade de expressão e total respeito aos direitos humanos.

Unidas numa sintonia libertária avancemos no combate ao capitalismo, ao patriarcado e ao machismo que mercantiliza o corpo das mulheres, sustenta o feminicídio, o racismo e a feminização da pobreza!

Multiplicadoras de Católicas em Fortaleza para entrevistas:

Neudenis Maria Albuquerque Carvalho: (83) 9660-2420 / neudenis@hotmail.com

Liliane de Carvalho Silva: (88) 9642-2557 / lilafeminismo@yahoo.com.br

Benezoeth Rodrigues da Silva: (98) 8186-9155 / zoethmix@yahoo.com.br