Nos dias 28 e 29 de setembro de 2017 foi realizado o I Encontro Nacional de Pesquisa e Ativismo sobre Aborto na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte. Pesquisadores e ativistas se reuniram para analisar o panorama do aborto no Brasil, tendo em vista a atual conjuntura política, que enfrenta investidas dos setores fundamentalistas e conservadores, como é o caso da PEC 181/15.
O encontro foi organizado pelo Grupo de Estudos Psicologia e a questão do aborto na América Latina (GEPSILA), pelo Núcleo de Pesquisa e Extensão Conexões de Saberes, do departamento de Psicologia, e pela Comissão de Mulheres e Questões de Gênero do Conselho Regional de Psicologia de Minas Gerais.
Católicas pelo Direito de Decidir (CDD) esteve presente no evento e acompanhou as importantes reflexões acerca da temática. “A importância desse debate acadêmico, realizado por especialistas no assunto, é desvelar que o discurso parlamentar que propõe a proibição das mulheres abortarem, em quaisquer circunstâncias, demonstra a sua total ignorância sobre o assunto. Ignorância, pois não leva em consideração os estudos existentes nas áreas da Medicina, Psicologia, Enfermagem, Serviço Social e do Direito, se baseando apenas em crenças religiosas”, comenta Rosângela Talib, integrante da coordenação de CDD.
Você pode assistir na íntegra o I Encontro Nacional de Pesquisa e Ativismo sobre Aborto no canal da Coordenadoria de Assuntos Comunitários UFMG no YouTube:
O resultado das reflexões se encontra na carta produzida e aprovada na plenária final do Encontro. Entre os destaques do documento estão: a necessidade fortalecer e defender o Sistema Único de Saúde (SUS); a descriminalização, legalização e regulamentação das políticas públicas para efetivação de um serviço de abortamento seguro, gratuito, universal e de qualidade; a necessidade de discussão sobre processos de abortamento e suas especificidades nos cursos da saúde; a importância da mobilização da rede de advogadas populares que têm articulado a construção do Amicus Curiae a favor da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 442 (ADPF 442); entre outros importantes pontos que podem ser lidos abaixo: