Comemorado em diversos países em 1º de maio, o Dia Internacional do Trabalho é uma data na qual o debate de gênero precisa estar presente. As inúmeras desigualdades no âmbito trabalhístico persistem em pleno século XXI e suas consequências negativas recaem sob as populações mais vulnerabilizadas, incluindo as mulheres.
As mais de 40 milhões de trabalhadoras brasileiras estudam mais, trabalham mais, mas continuam ganhando 24,4% menos do que os homens, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD C) do IBGE. A Organização Mundial do Trabalho (OIT) traz outro dado lamentável: em 2018, a taxa de desemprego global das mulheres ficou em 6%, aproximadamente 0,8 ponto percentual maior do que a taxa dos homens.
O país vive uma onda de retrocessos após o golpe de 2016, que adensam ainda mais as injustiças de gênero. A “reforma” trabalhista aprovada em novembro de 2017, mesmo com pouco tempo de vida, já mostra que veio para destruir de vez os direitos conquistados pela sociedade brasileira: o número de ações trabalhistas despencou após a “reforma”. Isso demonstra como as mudanças retiraram a força de trabalhadoras e trabalhadores para lutarem por seus direitos.
A precarização do trabalho feminino disfarçado de “empreendedorismo” e a retirada dos direitos sociais das mulheres servem para dar lucro ao empresariado e isentá-lo de suas. Em uma sociedade cujos direitos são fragilizados, é impossível que uma democracia seja fortalecida.
Por isso nós, Católicas pelo Direito de Decidir, frisamos: os impactos da “reforma” trabalhista serão ainda mais nefastos contra as mulheres, e apenas a mobilização popular poderá barrar ainda mais retrocessos, como a “reforma” da previdência. Que este 1º de Maio e todos os outros dias do ano também sejam um dia de luta por uma vida mais digna para o trabalho das mulheres.