Nos últimos dias, o Brasil se deparou com uma série de denúncias de abuso sexual contra o médium João de Deus. Mais de 500 denúncias já foram feitas ao Ministério Público. Além dos abusos, João também está sendo investigado por lavagem de dinheiro.
O episódio não é isolado. Inúmeras são as notícias de abuso sexual e de estupro cometidos por líderes religiosos do mundo todo, incluindo padres católicos e pastores evangélicos. As religiões, ao contrário do que pregam, também têm sido espaço de violência e silenciamento de vítimas, essas, em sua maioria, mulheres.
A vida e a dignidade das mulheres devem ser respeitadas em todos os espaços sociais, políticos e também religiosos. Ao contrário do que alguns setores da sociedade têm propagado, a religião não é a salvaguarda da Nação, mas, sim a Democracia, que deve garantir o respeito a toda e qualquer pessoa.
Fundamentados no Estado laico, os valores democráticos de respeito à diversidade e combate à qualquer tipo de intolerância devem ser os pilares de todos os governos comprometidos com o bem-estar social.
Nós, Católicas pelo Direito de Decidir, nos indignamos com o uso da fé e da religiosidade para a perpetuação da violência contra as mulheres. Que todo e qualquer relato de abuso seja investigado e punido, e que haja acolhimento e solidariedade para com as mulheres diante da dor da violência e do silenciamento.
Católicas pelo Direito de Decidir
19/12/2018