Hoje, 21 de junho, é comemorado o Dia de Luta por uma Educação não Sexista e não Discriminatória. Instituída em 1991 pela Rede de Educação Popular Entre Mulheres da América Latina e do Caribe (Repem), a data marca a importância de um ambiente escolar mais justo e igualitário.
Em muitos casos, a escola é uma instituição onde muitas violências são reproduzidas, desde seu modelo positivista e militarizado, com grades e cadeiras enfileiradas que impossibilitam uma convivência mais fluida, até a ausência – e censura! – de discussões sobre gênero. Em especial, a interdição dos debates sobre gênero perpetua as desigualdades entre meninas e meninos.
É na escola onde são reforçados os papéis sexuais instituídos histórica e culturalmente. As brincadeiras separadas “para meninas” e “para meninos” são exemplos de como valores sexistas podem ser reproduzidos de forma naturalizada e violenta ao longo da vida, possibilitando que estes sujeitos ocupem mais ou menos espaços de poder e decisão no futuro.
No campo da identidade de gênero e da sexualidade, a realidade é também perversa para lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais. Segundo a Pesquisa Nacional sobre o Ambiente Educacional no Brasil 2016, 73% dos/as jovens LGBT no Brasil foram vítimas de violência nas escolas por conta de sua orientação e/ou identidade de gênero. Indivíduos que não se encaixam na heteronormatividade são quase sempre postos diante de um abismo entre suas trajetórias de vida e a garantia de direitos.
No entanto, a escola é também espaço potencial de transformação social. É nela onde alunas e alunos podem aprender a importância da coletividade e de valores sociais democráticos. A escola pode – e deve – proporcionar a crianças, adolescentes, jovens e adultos informações e debates que pautem a importância dos direitos humanos. Dessa forma, todos poderão se tornar cidadãs e cidadãos mais conscientes de seus direitos.
A população brasileira sabe da importância de uma educação mais plural. Em sua maioria, brasileiros/as são favoráveis à Educação Sexual e à discussão da igualdade entre homens e mulheres nas escolas, como aponta a pesquisa Percepções sobre aborto e educação sexual realizada em 2017 por Católicas pelo Direito de Decidir e o IBOPE Inteligência. As decisões de nossos legisladores, no entanto, andam quase sempre em descompasso com o anseio da população.
A discussão de temas como raça, gênero, sexualidade, classe, e tantas outras questões sociais, é fundamental para uma sociedade em que mulheres tenham as mesmas condições que homens, em que LGBTs não sofram qualquer tipo de discriminação por conta de ser quem são, e em que negras e negros se vejam representados/as e incluídos/as em sua plenitude.
Uma Educação não sexista, não discriminatória e laica é o que defende Católicas pelo Direito de Decidir.