Na última semana, a imagem de dona Marisa Letícia Lula da Silva, ex-primeira-dama e esposa do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva, foi utilizada de maneira inescrupulosa por duas grandes empresas: a Revista Veja, produto da editora Abril, e a rede de lojas Marisa.
Com o título de “A morte dupla”, a edição de maio de 2017 da Revista Veja utiliza a imagem de Marisa em referência ao depoimento do ex-presidente Lula para a Lava Jato, colocando-o como aproveitador da morte de sua própria esposa por atribuir a ela a responsabilidade das decisões sobre o tripléx no Guarujá.
O Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros afirma que é dever do(a) jornalista “opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos Humanos” e também “respeitar o direito à intimidade, à privacidade, à honra e à imagem do cidadão”.
Deixando de lado o exercício ético do jornalismo, a revista não apenas faz um pré-julgamento negativo de Lula, como também se aproveita da imagem de uma mulher falecida recentemente para promover a manutenção do conservadorismo político.
Outra empresa que se aproveitou de maneira antiética de toda a situação foi a rede de lojas Marisa, que publicou em 11 de maio uma campanha em sua página no Facebook, com a seguinte frase: “Se sua mãe ficar sem presente, a culpa não é da Marisa”. Essa campanha é mais um exemplo atroz da utilização da imagem da ex-primeira-dama para promover a marca da empresa e lucrar em cima da memória de uma mulher.
Por essas razões, Católicas pelo Direito de Decidir repudia a atitude da Revista Veja e das lojas Marisa no Facebook e reitera a importância de uma imprensa que, para além de posicionamentos ideológicos, se preocupe em respeitar os direitos de todos(as) cidadãos e cidadãs.