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Intolerância religiosa = fundamentalismo + racismo — Católicas pelo Direito de Decidir

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Intolerância religiosa = fundamentalismo + racismo

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A intolerância religiosa resulta da ignorância plantada por quem não respeita a fé e a história alheia. A religião é uma dimensão importantíssima na vida de muita gente e todas as suas vertentes têm seu espaço e merecem respeito.

Por isso se pode afirmar que “não tem religião oficial no Brasil, cada um com seu Deus, não me aponte o seu fuzil”. Este é um trecho de “Notícias do Brasil” que retrata a intolerância religiosa no País, cujas raízes são fundamentalistas.

Diferentemente do discurso que circula na sociedade de que o Brasil respeita todas as religiões, sabemos que não é verdade, especialmente quando estamos falando das religiões de matriz africana, sistematicamente injuriadas pelo racismo. Infelizmente, é comum ver templos da umbanda e do candomblé depredados, pessoas agredidas física e verbalmente nas ruas etc. Um tipo de violência inaceitável, principalmente vindo de outras pessoas que se dizem religiosas.

A letra da música-protesto “Notícias do Brasil” é da produtora musical Elisa Gargiulo e da artivista Ellen Souza entrevistada de Católicas. Ellen vai contar um pouco sobre sua experiência como artista e candomblecista.

Católicas: Você se considera feminista?

Ellen: Sim, porque milito pelas mulheres, pelas negras, lésbicas e pelas bissexuais.

Católicas: Quais são suas referências artísticas?

Ellen: Gosto muito da Luana Hansen, Karol Conka, MC Carol, Beyoncé e de cantoras clássicas como Nina Simone, Aretha Franklin e Maria Betânia. Sou apaixonada pela Betânia por causa da forma como ela musica o candomblé.

Católicas: Como você percebe o fundamentalismo no seu dia a dia?

Ellen: Tá tudo tão imbricado que é difícil falar de fundamentalismo sem falar da religião. E tem o componente racista nisso também. Por exemplo, eu me identifico como negra, apesar da minha pele ser mais clara, mas as pessoas ao saberem que sou do candomblé me questionam: “Você não é negra…”. Tem uma negação da minha religião ou a violência contra quem não segue a ideologia judaico-cristã. Um dia voltando pra casa à noite, num local vazio, vinham quatro pessoas, dois caras e duas mulheres, e conforme eles foram se aproximando eu vi que eles estavam carregando uma bíblia, e eu fiquei com medo porque tinha acabado de passar pela iniciação, lembrei do caso da menina apedrejada no Rio. Eles me olharam e passaram para o outro lado da rua.

Católicas: Qual é a importância da arte para romper com o preconceito e a violência?

Ellen: No cenário atual, com presidente golpista, toda violência será justificada então é importante a gente fazer esse trabalho de empoderamento das pessoas. Com a música e o teatro a gente consegue passar uma mensagem mais rápida e atingir mais pessoas. Com esta música, eu estou falando pela boca de milhares de pessoas que sofrem com a intolerância religiosa.

Ouça o recado de Ellen Souza! Assista e compartilhe o videoclipe!

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