Nós Católicas pelo Direito de Decidir, somos uma organização apartidária, e nos manifestamos por considerar extremamente grave o momento político brasileiro.
O que está em curso é um golpe perpetrado por quem, tendo perdido as eleições nas urnas, intenta alcançar o poder pela força. Aliam-se e buscam apoio nos oligopólios midiáticos que se utilizam indevidamente de concessões públicas para manipular informações e veicular dados e documentos de forma deturpada, sustentados que são em decisões judiciais que violam Leis e a Constituição da República. Nos perguntamos onde ficam o Estado de Direito e o espírito republicano que devem sustentar a democracia?
Quem se opôs ao golpe contra o Presidente João Goulart nos anos 60, legalmente empossado, em respeito à Constituição do país, e lutou contra a ditadura civil-militar que se instalou a seguir, não pode aceitar que o país seja tomado novamente por um golpe branco, disfarçado de luta contra a corrupção.
É hora de resistência e todas as forças realmente democráticas do país têm o dever de se manifestar. As elites brasileiras, mais uma vez, intentam impedir a continuidade de um projeto político dirigido a minimizar a situação imoral de desigualdade social que há séculos mantém a maioria da população fora do gozo de seus direitos como cidadãs e cidadãos brasileir@s.
Essa injustiça estrutural que sempre favoreceu as classes economicamente dominantes está também impregnada no Poder Judiciário, órgão que em tese deve ser a própria contradição da injustiça. Do judiciário espera-se que atue com isenção, que atenha-se aos processos judiciais de maneira imparcial. Mas o que temos presenciado é uma judicialização da política espetacularizada pela mídia em manobras escusas.
Assiste-se, desta forma, a uma aliança daqueles setores e grupos que não querem outra coisa senão tomar o poder e continuar a beneficiar-se dele, gozando da impunidade seletiva que hoje se impõe no país. Punido deveria ser quem violou as prerrogativas da Presidência da República.
Católicas pelo Direito de Decidir reafirma sua defesa pela democracia, o Estado de Direito e o respeito à Constituição. Não podemos permitir que direitos democráticos sejam violados e queimados em praça pública!