O grupo Católicas pelo Direito de Decidir (CDD) divulga resultados de pesquisa encomendada ao IBOPE Inteligência, realizada em fevereiro de 2017. O estudo investigou o grau de concordância dos entrevistados a respeito da prisão de uma mulher que precisou recorrer ao aborto. Aqueles que discordam total ou parcialmente com a afirmação representam 64% da amostra, um aumento de 5 pontos percentuais (p.p) na comparação com a pesquisa realizada em 2013.
Considerando a análise pelos segmentos sóciodemográficos, nota-se que a discordância é mais acentuada entre os respondentes mais velhos, com maior escolaridade e maior renda familiar.
Entre os(as) brasileiros(as) com 50 anos e mais, verifica-se um crescimento de 10 p.p. na discordância em relação à pena de prisão para mulheres que precisaram recorrer ao aborto (de 52% para 62%). Além disso, há hoje uma maior proximidade entre a opinião dos brasileiros(as) mais jovens e mais velhos: se em 2013 a diferença de opinião nesses estratos era de 11 p.p., hoje ela é de apenas 1 p.p.
Por sua vez, é nos extremos da variável escolaridade que atualmente se observa a maior distância de opinião sobre o assunto: 16 p.p. entre os brasileiros(as) com menor acesso à educação (57% de discordância) e os que cursaram ensino superior (73%). Em 2013 era de 13 p.p.
Nota-se, também, uma distância significativa (16 p.p) na discordância entre os entrevistados com renda familiar de até 1 salário mínimo (58%) e renda familiar superior a 5 salários mínimos (74%) em 2013, a distância era de 4 p.p. entre aqueles com maior e menor renda.
Na análise por religião, o percentual dos entrevistados que discordam totalmente ou em parte da prisão de uma mulher que recorreu ao aborto é de 65% entre os católicos e de 59% entre os evangélicos (eram 60% entre os católicos e 56% entre os evangélicos em 2013).
A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 20 de fevereiro de 2017. Foram entrevistados 2002 brasileiros com 16 anos ou mais, em 143 municípios. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. O nível de confiança utilizado é de 95%.
Leia artigo exclusivo de Católicas para a coluna de Leonardo Sakamoto, no UOL: www.goo.gl/7w62y8