Católicas pelo Direito de Decidir divulga resultados de pesquisa encomendada ao IBOPE Inteligência, realizada em fevereiro de 2017, com o objetivo de levantar a opinião dos brasileiros sobre a abordagem de assuntos relacionados à Educação Sexual e à igualdade de gênero nas escolas.
Para 42% dos entrevistados na pesquisa, os(as) alunos(as) de escolas públicas deveriam receber aulas de educação sexual a partir dos treze anos ou mais, 36% preferem a partir dos dez anos e outros 10% antes dos dez anos. Apenas 9% dos brasileiros disseram que os(as) alunos(as) de escolas públicas não deveriam receber aulas de educação sexual. Somam 3% os que não sabem ou se abstêm de responder.
Considerando os diferentes segmentos sóciodemográficos, nota-se que quase a totalidade dos(as) brasileiros(as) com grau de escolaridade Médio (92%) e Superior (91%) afirmam que os alunos deveriam receber aulas de educação sexual. Entre os respondentes que estudaram até a 4ª série do ensino Fundamental, 79% são da mesma opinião.
O estudo testou o grau de concordância quanto a duas afirmações a respeito de saúde sexual e reprodutiva em aulas e livros didáticos para alunos(as) com mais de treze anos. A respeito de “Informações sobre doenças sexualmente transmissíveis e formas de prevenção dessas doenças”, 87% concordam totalmente ou em parte e 8% discordam totalmente ou em parte. Nessa afirmação, a concordância varia de acordo com a região: Norte/Centro-Oeste registra 91% de concordância; Sudeste 90%; enquanto no Nordeste a concordância é de 85% e no Sul, de 81%.
Quanto à frase que indaga sobre a inclusão de “Métodos contraceptivos modernos como pílula, injeção e DIU” no material didático e nas aulas, a concordância total ou parcial é de 80%, contra 16% de discordância total ou parcial. Entre os(as) adultos(as) de 30 a 39 anos e os(as) mais escolarizados(as) – aqueles que cursaram os ensinos Médio e Superior, a concordância atinge percentuais mais elevados, sendo de 86% e 85%, respectivamente. Nesta questão a variável região se mantém mais homogênea.
A pesquisa também testou o grau de concordância em relação aos debates sobre sexualidade e igualdade entre os sexos no ambiente escolar. Nota-se que as tentativas recentes de limitar os debates sobre gênero e sexualidades nas escolas não influenciou a concordância da opinião pública brasileira.
Questionados sobre os(as) professores(as) discutirem com alunos(as) sobre a igualdade entre mulheres e homens, 84% concordam totalmente ou em parte, ante 13% que discordam totalmente ou em parte. A ideia de professoras/es abordarem o direito das pessoas viverem livremente sua sexualidade, sejam elas heterossexuais ou homossexuais, registra a concordância total ou parcial de 72% dos entrevistados, contra 23% que discordam total ou parcialmente.
Observam-se que as variáveis de idade e religião apresentam as maiores disparidades de concordância. Entre os mais jovens (80%) e os mais velhos (61% de concordância), a diferença de opinião atinge 19 p.p. Embora não seja um segmento divergente nas outras questões, a opinião de católicos e evangélicos se mostra bastante dissonante neste caso: 77% e 59% de concordância, respectivamente. A respeito de professores/as informarem sobre as leis que punem a violência contra a mulher, 88% concordam e 9% discordam, totalmente ou em parte. Verifica-se nesta afirmação que em todos os segmentos sociodemográficos analisados, a concordância manteve-se acima de 80% (com exceção dos respondentes com menor escolaridade, 78%).
A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 20 de fevereiro de 2017. Foram entrevistados 2002 brasileiros com 16 anos ou mais, em 143 municípios. A margem de erro estimada é de 2 pontos percentuais para mais ou para menos sobre os resultados encontrados no total da amostra. O nível de confiança utilizado é de 95%.
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