Campanha “Mensagem ao Povo Brasileiro” traz relatos de médicas e ativistas de Colômbia, México e Argentina.
A campanha “Mensagem ao Povo Brasileiro” está sendo lançada pela ONG feminista Católicas pelo Direito de Decidir em suas redes sociais. Ela traz depoimentos de profissionais de saúde e ativistas latino-americanas, residentes em países onde o procedimento do aborto foi legalizado ou descriminalizado. Confira o vídeo clicando aqui.
Entre outras questões, os relatos tratam dos impactos positivos da descriminalização do aborto em Colômbia, México e Argentina, e sobre a diminuição de mortes e o aumento da segurança para as pessoas que optam pelo procedimento.
A campanha é lançada neste 28 de setembro, data em que é celebrado o Dia Latino-Americano e Caribenho de Luta pela Descriminalização e Legalização do Aborto.
Participam a colombiana Laura Gil, gineco-obstetra e diretora do grupo “Médicos pelo Direito de Decidir”, a ginecologista mexicana Raffaela Schiavon, e Aleida Ríos, assistente social e ativista argentina da “Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito”.
“Vi mulheres morrerem e perderem seus úteros por abortos inseguros, quase sempre muito pobres e muito novas, sempre assustadas, maltratadas e julgadas”, relata a médica Laura Gil sobre a situação do aborto antes de sua descriminalização na Colômbia, em 2022.
“Com as mulheres do Brasil, todo México e toda América Latina, têm uma enorme dívida”, afirma a médica mexicana Raffaela Schiavon. “Foram vocês as primeiras que descobriram e experimentaram em carne própria o uso do misoprostol para a interrupção da gravidez.”
Aborto no STF
A campanha busca, ainda, dar visibilidade para as discussões sobre a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental – ADPF 442, ação judicial que visa descriminalizar a interrupção voluntária da gestação até 12ª semana, e que foi colocada em pauta pela Ministra Relatora Rosa Weber que, antes da sua aposentadoria, deixou seu voto favorável à descriminalização do qual destacamos um trecho: “Não tivemos como participar ativamente da deliberação sobre questão que nos é particular, que diz respeito ao fato comum da vida reprodutiva da mulher, mais que isso, que fala sobre o aspecto nuclear da conformação da sua autodeterminação, que é o projeto da maternidade e sua conciliação com todos as outras dimensões do projeto de vida digna.” A ADPF 442 está para ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
“Acreditamos que é necessário, neste momento, ampliar e qualificar o debate sobre a importância e a urgência do aborto legal, seguro e gratuito no Brasil. Tem muita informação distorcida sendo contada como verdade, mas não é”, pontua Denise Mascarenha, coordenadora executiva de Católicas pelo Direito de Decidir. “A campanha também propõe um olhar regional, enquanto América Latina, sobre o papel da ampliação da legislação sobre o aborto enquando um passo fundamental para a garantia dos Direitos Humanos e da Democracia.”
Sobre Católicas pelo Direito de Decidir
Católicas pelo Direito de Decidir é uma organização social brasileira fundada no Dia Internacional da Mulher de 1993. O grupo é composto por católicas feministas que há 30 anos lutam pelos direitos sexuais e direitos reprodutivos das meninas, mulheres e pessoas que gestam no Brasil; sempre apoiadas na prática da teologia feminista para promover mudanças sociais, especialmente nos padrões culturais e religiosos.
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