Hoje, 18 de maio, é Dia nacional de combate ao abuso e exploração sexual Infanto-juvenil. A data foi criada pela Lei Federal nº 9.970/2000, em memória de Araceli Cabrera Crespo que, aos oito anos de idade, foi violentada e assassinada brutalmente na mesma data, em 1973, no Espírito Santo.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, 79% dos casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes acontece dentro de suas próprias casas, pelas mãos de familiares e conhecidos.
Mais do que apenas querer proibir o debate sobre gênero nas escolas, o discurso fundamentalista se pauta em uma agenda empenhada em jogar para baixo do tapete as estruturas violentas e traumáticas do que é comumente chamado de “família tradicional”.
Neste aspecto, a perpetuação da falsa ideia de que toda criança está segura em sua família é apoiada na total ausência de estrutura no registro e acompanhamento dos casos de abuso sexual infantil. O vácuo deixado pela falta de políticas públicas de segurança é preenchido pela ideia retrógrada e violenta de que crianças e adolescentes que sofreram abuso não devem ter tutela do Estado, sendo submetidas ao silenciamento e ao trauma.
Portanto, nesta data, Católicas pelo Direito de Decidir chama todos e todas a lutarem contra o descaso do poder público com as crianças e adolescentes vítimas de abuso e exploração sexual. Além disso, repudiamos todas as formas de acobertamento de violências, seja por parte de instituições públicas ou indivíduos.