No dia 14 de novembro, a Anistia Internacional lançou o documento “O labirinto do caso Marielle Franco”. O levantamento reúne dados públicos sobre o assassinato da vereadora carioca Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Após 8 meses sem as respostas devidas às perguntas graves suscitadas pelas contradições na investigação, os questionamentos permanecem, especialmente quanto à postura do Estado e das autoridades envolvidas no caso.
Apesar da conclusão de que Luana Barbosa morreu por conta das violências que sofreu pelas mãos de policiais há mais de dois anos, além da Justiça Militar não ter punido seus agressores, um deles retomou a atuação na cidade de Ribeirão Preto. Crime que uniu misoginia, racismo e lesbofobia, o caso Luana Barbosa segue impune e deve ser lembrado cotidianamente para que seja devidamente apurado pelo Ministério Público.
De acordo com o Atlas da Violência 2018, em uma década, enquanto os assassinatos de pessoas brancas caíram para 6,8%, os assassinatos de negros cresceram 23%. Apesar de viver no mesmo país que a população branca, negros e negras sofrem as consequências de um Brasil distinto daqueles que carregam o privilégio social da cor.
Mas a luta segue. O Rio de Janeiro, terra de Marielle Franco, elegeu quatro mulheres negras: Talíria Petrone, deputada federal, e Renata Souza, Dani Monteiro e Mônica Francisco, que trabalhavam como assessoras de Marielle, deputadas estaduais. A Câmara dos Deputados contava com 10 mulheres negras e agora viu esse número subir para 13.
Mulheres trans negras também estão ocupando o espaço político como forma de enfrentar a transfobia. No estado de São Paulo, Érica Malunguinho e Erika Hilton (integrante da Bancada Ativista) foram eleitas deputadas estaduais. Eleita deputada estadual por Pernambuco, a advogada Robeyoncé Lima, que compõe o coletivo “Juntas”, se somou à luta. Mais do que nunca, a política se mostra um espaço de resistência e representatividade na luta contra o racismo e a transfobia.
E a luta toma as ruas. A XV Marcha Da Consciência Negra acontece dia 20/11, às 13:00, no vão do MASP. Nós, Católicas pelo Direito de Decidir reafirmamos nosso compromisso com a luta antirracista. Denunciamos a violência do Estado e nos juntamos à luta pelo bem viver da população negra, por meio do acesso à educação, saúde, emprego e justiça.